A filosofia tem de admitir que não é nela,
mas sim na vida, que o homem deve encontrar as suas maiores satisfações; não na
biblioteca ou na cela monástica, mas na satisfação dos seus instintos mais
antigos. A felicidade é inconsciente; só nos bafeja quando somos naturais; se
nos detemos a analisá-la, desaparece, porque não é natural determo-nos a
analisar uma coisa. Se o intelecto contribui para a felicidade não o faz como
fonte primária, mas sim como meio de coordenação, como instrumento harmonizador
dos desejos. Neste sentido o intelecto pode ser um precioso auxiliar; e de
contrário de nada valeria realizarmos todos os nossos fins, porque os desejos
cancelar-se-iam uns aos outros, dando como resultado uma triste futilidade.
Will Durant, in "Filosofia da Vida"
Will Durant, in "Filosofia da Vida"
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