Há um momento na aprendizagem de cada homem em que este chega à convicção de que a inveja é ignorância; que a imitação é suicídio; que ele tem que se tomar a ele próprio tanto para melhor, tanto para pior, como a sua parcela; que embora o universo esteja cheio de coisas boas, nenhuma semente de milho nutritiva chegará a ele senão através da labuta que ele ofereça nesse lote de terreno que lhe foi dado para cultivar.
O poder que reside nele é novo na natureza,
e nenhum outro senão ele sabe o que é que pode fazer, e não o saberá até que o
tente. Não é por nada que uma cara, um carácter, um facto, causa muito
impressão nele, e outros não têm qualquer efeito. Esta escultura na memória não
existe sem uma harmonia pré-estabelecida. O olho foi colocado onde um raio deve
cair, de forma a testemunhar esse raio em particular. Nós
apenas nos exprimimos pela metade, e temos vergonha da ideia divina que cada um
de nós representa. Podemos ser de confiança e de motivações boas e
proporcionais, e darmo-nos fielmente, mas Deus não terá o seu trabalho mais
manifesto feito por cobardes.
Um homem está seguro e tranquilo quando
coloca todo o coração no seu trabalho ou outra actividade e faz o seu melhor de
acordo consigo próprio; mas o que ele diz ou faz de outra maneira, não lhe dará
nenhuma paz. É uma entrega que não rende nada. Na tentativa o seu génio
abandona-o; nenhuma musa o ajuda; nenhuma invenção, nenhuma esperança. Confia
em ti próprio: todo o coração vibra a essa corda de ferro.
Ralph Waldo Emerson, in 'A Confiança em Si Mesmo'
Ralph Waldo Emerson, in 'A Confiança em Si Mesmo'
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