Como indivíduos, verificamos que o nosso
desenvolvimento depende das pessoas que conhecemos no curso da nossa vida
(essas pessoas incluem os autores cujas obras lemos e as personagens, tanto da
ficção como da história). O benefício desses encontros é devido tanto às
diferenças como às semelhanças, tanto ao conflito como à simpatia entre
pessoas. Feliz é o homem que, no momento oportuno, encontra o amigo adequado;
feliz também o homem que, no momento adequado, encontra o inimigo adequado.
Não aprovo o extermínio do inimigo; a
política de exterminar ou, como se diz barbaramente, liquidar o inimigo
constitui um dos mais alarmantes desenvolvimentos da guerra moderna e, também,
da paz moderna, do ponto de vista de quem deseja a sobrevivência da cultura.
Precisamos do inimigo. Assim, dentro de certos limites, o atrito, não só entre
indivíduos mas também entre grupos, parece-me necessário à civilização.
A universidade da irritação é a melhor garantia de paz. Um país dentro do qual as divisões tenham ido demasiado longe é um perigo para si próprio; um país demasiado unido - seja por natureza ou por intenção, por fins honestos ou por fraude e opressão - é uma ameaça para os outros.
Thomas Stearn Eliot, in 'Notas para a Definição de Cultura
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