Sinais daquele que evolui: não insulta ninguém, não louva ninguém, não se queixa de ninguém, não acusa ninguém, nada diz de si próprio como coisa importante - e nunca afirma saber o que quer que seja. Quando embaraçado e contrariado, só a si próprio se responsabiliza. Se o louvam, ri-se discretamente de quem o louva - e se o insultam, de nada se justifica. Comporta-se como os convalescentes, e teme enfraquecer o que se consolida antes de recuperar toda a sua firmeza.
Suprimiu em si qualquer espécie de vontade,
e animosidades também: só faz pairar uma e outras sobre as únicas coisas que,
contrárias à natureza, dependem de nós. Os seus arrebatamentos quase nunca o
são. E caso o tenham na conta de estúpido ou ignorante - nenhuma inquietação o
toma. Numa palavra: desafia-se a si próprio como se fora um inimigo de quem
temesse várias armadilhas.
Epicteto, in 'Manual'
Epicteto, in 'Manual'
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