Acrescente-se que são formadas de acordo
com o arbítrio e a compreensão do vulgo, de modo que não são senão sinais das
coisas como se acham na imaginação, mas não como estão no intelecto.
O que claramente se vê pelo facto de que a
todas as coisas que estão só no intelecto e não na imaginação puseram muitas
vezes nomes negativos, como sejam, incorpóreo, infinito, etc., e também muitas
coisas que são realmente afirmativas exprimem negativamente, e vice-versa, como
são incriado, independente, infinito, imortal, etc., porque, sem dúvida, muito
mais facilmente imaginamos o contrário disso, motivo pelo qual ocorreram antes
aos primeiros homens e usaram nomes positivos. Muitas coisas afirmamos e
negamos porque a natureza das palavras leva a afirmá-lo ou negá-lo, mas não a
natureza das coisas; por isso, ignorando-a, facilmente tomaríamos algo falso
por verdadeiro.
Baruch Espinoza, in 'Tratado da Correcção do Intelecto'
Baruch Espinoza, in 'Tratado da Correcção do Intelecto'
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