(...) O que precisamos fazer é arranjar casamentos, ou melhor, trazer de volta
ao seu estado original de casados os diversos departamentos do conhecimento e
das emoções, que foram arbitrariamente separados e levados a viver em
isolamento nas suas celas monásticas. Podemos parodiar a Bíblia e dizer:
"Que o homem não separe o que a natureza juntou"; não permitamos que
a arbitrária divisão académica em disciplinas rompa a teia densa da realidade,
transformando-a em absurdo.
Mas aqui deparamo-nos com um problema muito
grave: qualquer forma de conhecimento superior exige especialização. Precisamos
de nos especializar para entrar mais profundamente em certos aspectos separados
da realidade. Mas se a especialização é absolutamente necessária, pode ser
absolutamente fatal, se levada longe demais. Por isso, precisamos de descobrir
algum meio de tirar o maior proveito de ambos os mundos - aquele mundo
altamente especializado da observação objectiva e da abstração intelectual, e
aquele que podemos chamar o mundo casado da experiência imediata, no qual nada
pode ser apartado. Somos as duas coisas, intelecto e paixão, as nossas mentes
têm conhecimento objetivo do mundo exterior e da experiência subjetiva.
Descobrir métodos para unir esses mundos separados, mostrar a relação entre
eles, é, penso eu, a mais importante tarefa da educação moderna.
Gostaria de citar uma frase muito bela, de uma carta escrita por T. H. Huxley a Charles Kingsley, por ocasião da morte do filho pequeno de Huxley, de quatro anos de idade. Kingsley escrevera-lhe uma carta de condolências, e o meu avô respondeu escrevendo extensamente sobre todo o problema da imortalidade e da posição do cientista no mundo moderno. Ele disse: "Parece-me que a ciência ensina da maneira mais elevada e firme a grande verdade, personificada na concepção cristã de uma submissão absoluta à vontade de Deus. Sentarmo-nos diante do destino como uma criança pequena, e estarmos preparados para renunciar a qualquer noção preconcebida, seguindo humildemente para sejam quais forem os abismos aos quais a natureza nos guia, ou não aprenderemos coisa alguma".
Aldous Huxley, in 'A Situação Humana'
Gostaria de citar uma frase muito bela, de uma carta escrita por T. H. Huxley a Charles Kingsley, por ocasião da morte do filho pequeno de Huxley, de quatro anos de idade. Kingsley escrevera-lhe uma carta de condolências, e o meu avô respondeu escrevendo extensamente sobre todo o problema da imortalidade e da posição do cientista no mundo moderno. Ele disse: "Parece-me que a ciência ensina da maneira mais elevada e firme a grande verdade, personificada na concepção cristã de uma submissão absoluta à vontade de Deus. Sentarmo-nos diante do destino como uma criança pequena, e estarmos preparados para renunciar a qualquer noção preconcebida, seguindo humildemente para sejam quais forem os abismos aos quais a natureza nos guia, ou não aprenderemos coisa alguma".
Aldous Huxley, in 'A Situação Humana'
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