Passamos por velhacos ou manhosos quando
não paramos de perguntar a nós próprios como nos vêem os outros, quando nos
esforçamos por ser o mais simpáticos possível. Mas entre o meu eu e o do outro,
existirá algum contacto directo, sem a mediação dos olhos? Será pensável o amor
sem uma perseguição angustiada da nossa própria imagem no pensamento da pessoa
amada? Quando deixamos de nos preocupar com a maneira como o outro nos vê,
deixamos de o amar.
Milan Kundera, in "A Imortalidade"
Milan Kundera, in "A Imortalidade"
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