Um homem do povo
não saberia fazer nenhum mal; um nobre não quer nenhum bem e é capaz de grandes
malefícios; um, só se forma e se exerce nas coisas úteis; o outro, acrescenta
as perniciosas: ali, mostram-se ingenuamente a grosseria e a franqueza; aqui,
esconde-se uma seiva maligna e corrompida sob a casca da polidez: o povo não
tem espírito e os nobres não têm alma; aquele tem bom fundo e não tem boa
aparência; estes só têm aparências e uma simples superfície. Será preciso
optar? Não hesito: quero ser povo.
Jean de La Bruyére, in 'Os Caracteres'
Jean de La Bruyére, in 'Os Caracteres'
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