E o que é que eu faço? Que faço da
felicidade? Que faço dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me
doer como uma angústia, como um grande silêncio? A quem dou minha felicidade,
que já está começando a me rasgar um pouco e me assusta?
Não, não quero ser feliz. Prefiro a
mediocridade. Ah, milhares de pessoas não têm coragem de pelo menos
prolongar-se um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sentir-se feliz, e
preferem a mediocridade.
Clarice Lispector, in Crónicas no 'Jornal do Brasil (1967)'
Clarice Lispector, in Crónicas no 'Jornal do Brasil (1967)'
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