Os filósofos e os próprios teólogos
distinguem duas espécies de amor, a saber, o amor que chamam de concupiscência,
que não passa do desejo ou do sentimento que se tem por aquilo que nos dá
prazer, sem que nos interessemos se ele está a receber amor; e o amor de benevolência,
que é o sentimento que se tem por aquele que, pelo seu prazer e sua felicidade,
nos dá amor.
O primeiro faz-nos visar o nosso prazer, e o segundo, o prazer do
outro, mas como se fizesse, ou melhor, constituindo o nosso; pois, se não
tornasse a cair sobre nós de alguma maneira, não poderíamos por ele nos
interessar, porque é impossível, seja o que for que digam, nos desapegarmos do
nosso próprio bem.
Wilhelm Leibniz, in 'Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano'
Wilhelm Leibniz, in 'Novos Ensaios sobre o Entendimento Humano'
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