Sonetos

Não lamentes por mim quando eu morrer
Senão enquanto o surdo sino diz
Ao mundo vil que o deixo e vou viver
Em meio aos vermes que inda são mais vis.

Nem te recorde o verso comovido
A mão que o escreveu, pois te amo tanto
Que antes achar em tua mente olvido
Quer ser lembrado e te causar o pranto.

Ah! peço-te que ao leres esta queixa
Quando for minha carne consumida,
Não te refiras ao meu nome e deixa

Que morra o teu amor com minha vida.
Não veja o mundo e zombe desta dor
Por minha causa, quando morto eu for.
William Shakespeare

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