— Devemos aceitar o que é impossível deixar de acontecer.
— Até mesmo a bondade, se em demasia, morre do próprio excesso.
— O cansaço ronca em cima de uma pedra, enquanto a indolência acha duro o melhor travesseiro.
— Vazias as veias, nosso sangue se arrefece, indispostos ficamos desde cedo, incapazes de dar e de perdoar. Mas quando enchemos os canais e as calhas de nosso sangue com comida e vinho, fica a alma muito mais maleável do que durante esses jejuns de padre.
— Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se, se não tiver o mundo como mestre. A experiência se adquire na prática.
— Se o ano todo fosse de feriados, o lazer, como o trabalho, entediaria.
— Ventre grande é sinal de espírito oco; quando a gordura é muita, o senso é pouco.
— Que é o homem, se sua máxima ocupação e o bem maior não passam de comer e dormir?
— Do jeito que o mundo anda, ser honesto é (igual) a ser escolhido entre dez mil.
— Hóspede oferecido (...) só é bem-vindo quando se despede.
— Um homem inteligente pode transformar-se num joão-bobo, quando não sabe valer-se de seus recursos naturais.
— Quem não sabe mandar deve aprender a ser mandado.
— A mulher que não sabe pôr a culpa no marido por suas próprias faltas, não deve amamentar o filho, na certeza de criar um palerma.
— As coisas mais mesquinhas enchem de orgulho os indivíduos baixos.
— Ninguém pode calcular a potência venenosa de uma palavra má num peito amante.
— Sábio é o pai que conhece seu próprio filho.
— Tem ventura fugaz, sempre periga, quem se fia em rapaz ou rapariga.
— Ser ou não ser... eis a questão.
— É estranho que, sem ser forçado, saia alguém em busca de trabalho.
—As mais belas jóias, sem defeito, com o uso o encanto perdem.
— O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria.
William Shakespeare
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Sonetos
Dos amores - de paz e desespero -
Eu tenho que me inspiram noite e dia:
Meu anjo bom é um homem puro e vero;
O mau, uma mulher de tez sombria.
Para levar a tentação a cabo,
O feminino atrai meu anjo e vive
A querer tranformá-lo em diabo,
Tentando-lhe a pureza com a lascívia.
Se há de meu anjo corromper-se em demo
Suspeito apenas, sem dizer que seja;
Mas sendo ambos tão meus, e amigos, temo
Que o anjo no fogo já do outro esteja.
Nunca sabê-lo, embora desconfie,
Até que o meu anjo contagie.
William Shakespeare
Eu tenho que me inspiram noite e dia:
Meu anjo bom é um homem puro e vero;
O mau, uma mulher de tez sombria.
Para levar a tentação a cabo,
O feminino atrai meu anjo e vive
A querer tranformá-lo em diabo,
Tentando-lhe a pureza com a lascívia.
Se há de meu anjo corromper-se em demo
Suspeito apenas, sem dizer que seja;
Mas sendo ambos tão meus, e amigos, temo
Que o anjo no fogo já do outro esteja.
Nunca sabê-lo, embora desconfie,
Até que o meu anjo contagie.
William Shakespeare
Sonetos
Que eu não veja empecilho na sincera
União de duas almas. Não amor
É o que encontrando alterações se altera
Ou diminui se o atinge o desamor.
Oh, não! amor é ponto assaz constante
Que ileso os bravos temporais defronta.
É a estrela guia do baixel errante,
De brilho certo, mas valor sem conta.
O Amor não é jogral do Tempo, embora
Em seu declínio os lábios nos entorte.
O Amor não muda com o dia e a hora,
Mas persevera ao limiar da Morte.
E, se prova que num erro estou,
Nunca fiz versos nem jamais se amou.
William Shakespeare
União de duas almas. Não amor
É o que encontrando alterações se altera
Ou diminui se o atinge o desamor.
Oh, não! amor é ponto assaz constante
Que ileso os bravos temporais defronta.
É a estrela guia do baixel errante,
De brilho certo, mas valor sem conta.
O Amor não é jogral do Tempo, embora
Em seu declínio os lábios nos entorte.
O Amor não muda com o dia e a hora,
Mas persevera ao limiar da Morte.
E, se prova que num erro estou,
Nunca fiz versos nem jamais se amou.
William Shakespeare
Sonetos
Não lamentes por mim quando eu morrer
Senão enquanto o surdo sino diz
Ao mundo vil que o deixo e vou viver
Em meio aos vermes que inda são mais vis.
Nem te recorde o verso comovido
A mão que o escreveu, pois te amo tanto
Que antes achar em tua mente olvido
Quer ser lembrado e te causar o pranto.
Ah! peço-te que ao leres esta queixa
Quando for minha carne consumida,
Não te refiras ao meu nome e deixa
Que morra o teu amor com minha vida.
Não veja o mundo e zombe desta dor
Por minha causa, quando morto eu for.
William Shakespeare
Senão enquanto o surdo sino diz
Ao mundo vil que o deixo e vou viver
Em meio aos vermes que inda são mais vis.
Nem te recorde o verso comovido
A mão que o escreveu, pois te amo tanto
Que antes achar em tua mente olvido
Quer ser lembrado e te causar o pranto.
Ah! peço-te que ao leres esta queixa
Quando for minha carne consumida,
Não te refiras ao meu nome e deixa
Que morra o teu amor com minha vida.
Não veja o mundo e zombe desta dor
Por minha causa, quando morto eu for.
William Shakespeare
Sonetos
Nem mármore, nem áureos monumentos
De reis hão de durar mais que esta rima,
E sempre hão de brilhar nestes acentos
Do que na pedra, pois o tempo a lima.
Pode a estátua na guerra ser tombada
E a cantaria o vil motim destrua;
Nem fogo ou Marte apagará com a espada
Vivo registro da memória tua.
Há de seguir teu passo sobranceiro
Vencendo a Morte e as legiões do olvido,
E os pósteros, no juízo derradeiro,
Hão de a este louvor prestar ouvido.
Pois até a sentença que levantes,
Vives aqui e no lábio dos amantes.
William Shakespeare
De reis hão de durar mais que esta rima,
E sempre hão de brilhar nestes acentos
Do que na pedra, pois o tempo a lima.
Pode a estátua na guerra ser tombada
E a cantaria o vil motim destrua;
Nem fogo ou Marte apagará com a espada
Vivo registro da memória tua.
Há de seguir teu passo sobranceiro
Vencendo a Morte e as legiões do olvido,
E os pósteros, no juízo derradeiro,
Hão de a este louvor prestar ouvido.
Pois até a sentença que levantes,
Vives aqui e no lábio dos amantes.
William Shakespeare
Sonetos
Se, órfão do olhar humano e da fortuna,
Choro na solidão meu pobres estado
E o céu meu pranto inútil importuna,
Eu entro em mim a maldizer meu fado;
Sonho-me alguém mais rico de esperança.
Quero feições e amigos mais amenos,
Deste o pendor, a meta que outro alcança,
Do que mais amo contentado o menos.
Mas, se nesse pensar, que me magoa,
De ti me lembro acaso - o meu destino,
Qual cotovia na alvorada entoa
da negra terra aos longes céus um hino.
E na riqueza desse amor que evoco,
Já minha sorte com a dos reis não troco.
William Shakespeare
Choro na solidão meu pobres estado
E o céu meu pranto inútil importuna,
Eu entro em mim a maldizer meu fado;
Sonho-me alguém mais rico de esperança.
Quero feições e amigos mais amenos,
Deste o pendor, a meta que outro alcança,
Do que mais amo contentado o menos.
Mas, se nesse pensar, que me magoa,
De ti me lembro acaso - o meu destino,
Qual cotovia na alvorada entoa
da negra terra aos longes céus um hino.
E na riqueza desse amor que evoco,
Já minha sorte com a dos reis não troco.
William Shakespeare
Sonetos
Lanço-me ao leito, exausto da fadiga,
Repousa o corpo ao fim da caminhada;
Mais eis que a outra jornada a mente obriga
Quando é do corpo a obrigação passada.
A ti meu pensamento - na distância -
em santa romaria então me leva,
E fico, as frouxas pálpebras em ânsia,
Olhando, como os cegos vêem na treva.
E a vista de minha alma ali desvenda
Aos olhos sem visão tua figura,
Que igual a jóia erguida em noite horrenda,
Renova a velha face à noite escura.
Ai! que o dia o corpo, à noite a alma,
Por tua e minha culpa têm calma.
William Shakespeare
Repousa o corpo ao fim da caminhada;
Mais eis que a outra jornada a mente obriga
Quando é do corpo a obrigação passada.
A ti meu pensamento - na distância -
em santa romaria então me leva,
E fico, as frouxas pálpebras em ânsia,
Olhando, como os cegos vêem na treva.
E a vista de minha alma ali desvenda
Aos olhos sem visão tua figura,
Que igual a jóia erguida em noite horrenda,
Renova a velha face à noite escura.
Ai! que o dia o corpo, à noite a alma,
Por tua e minha culpa têm calma.
William Shakespeare
Sonetos
Como ator imperfeito que em meio à cena
O seu papel recita,
Ou como o ser violento em fúria plena
A que o excesso de forças debilita;
Também eu, sem confiança em mim, me esqueço
No amor de os ritos próprios recitar,
E na força com que amo me enfraqueço
Rendido ao peso do poder de amar.
Oh! sejam pois meus livros a eloquência,
Áugures mudos do expressivo peito,
Que amor implorem, peçam recompensa,
Mais do que a voz que muito mais tem feito.
Saibas ler o que o mudo amor escreve,
Que o fino amor ouvir com os olhos deve.
William Shakespeare
O seu papel recita,
Ou como o ser violento em fúria plena
A que o excesso de forças debilita;
Também eu, sem confiança em mim, me esqueço
No amor de os ritos próprios recitar,
E na força com que amo me enfraqueço
Rendido ao peso do poder de amar.
Oh! sejam pois meus livros a eloquência,
Áugures mudos do expressivo peito,
Que amor implorem, peçam recompensa,
Mais do que a voz que muito mais tem feito.
Saibas ler o que o mudo amor escreve,
Que o fino amor ouvir com os olhos deve.
William Shakespeare
Sonetos
Devo igualar-te a um dia de verão?
Mais afável e belo é o teu semblante:
O vento esfolha Maio inda em botão,
Dura o termo estival em breve instante.
muitas vezes a luz do céu calcina,
Mas o áureo tom também perde clareza:
De seu belo a beleza enfim declina,
Ao léu ou pelas leis da Natureza,
Só teu verão eterno não se acaba
nem a posse de tua formosura;
de impor-te a sombra a Morte não se gaba
Pois que esta estrofe eterna o Tempo dura.
Enquanto houver viventes nesta lida,
Há de viver meu verso e te dar vida.
William Shakespeare
Mais afável e belo é o teu semblante:
O vento esfolha Maio inda em botão,
Dura o termo estival em breve instante.
muitas vezes a luz do céu calcina,
Mas o áureo tom também perde clareza:
De seu belo a beleza enfim declina,
Ao léu ou pelas leis da Natureza,
Só teu verão eterno não se acaba
nem a posse de tua formosura;
de impor-te a sombra a Morte não se gaba
Pois que esta estrofe eterna o Tempo dura.
Enquanto houver viventes nesta lida,
Há de viver meu verso e te dar vida.
William Shakespeare
Sonetos
Quando observo que tudo quanto cresce
Desfruta a perfeição de um só momento,
Que neste palco imenso se obedece
A secreta influição do firmamento;
quando percebo que ao homem, como à planta,
Esmaga o mesmo céu que lhe deu glória,
Que se ergue em seiva e, no ápice, aquebranta
E um dia enfim se apaga da memória:
Esse conceito dea inconstante sina
mais jovem faz-te ao meu olhar agora,
Quando o tempo se alia com a Ruína
Para tornar em noite tua aurora.
E crua guerra contra o Tempo enfrento,
William Shakespeare
Desfruta a perfeição de um só momento,
Que neste palco imenso se obedece
A secreta influição do firmamento;
quando percebo que ao homem, como à planta,
Esmaga o mesmo céu que lhe deu glória,
Que se ergue em seiva e, no ápice, aquebranta
E um dia enfim se apaga da memória:
Esse conceito dea inconstante sina
mais jovem faz-te ao meu olhar agora,
Quando o tempo se alia com a Ruína
Para tornar em noite tua aurora.
E crua guerra contra o Tempo enfrento,
William Shakespeare
Sonetos
Dos astros não retiro entendimento
Embora eu tenha cá de astronomia,
Mas não para prever a sorte, o intento
Das estações, ou fome, epidemia;
Nem sei dizer o que será do instante;
Prever a alguém quer chuva, ou vento, ou raio;
se tudo há de sorrir ao governante
segundo as prediçoes que aos céus extraio.
De teus olhos provêm meus atributos
E, astros constantes, leio ali tal arte:
'Que a verdade e a beleza darão frutos
se tem ti deixas de tanto reservar-te'.
Ou um vaticínio sobre ti revelo:
Teu fim põe termo ao verdadeiro e ao belo.
William Shakespeare
Embora eu tenha cá de astronomia,
Mas não para prever a sorte, o intento
Das estações, ou fome, epidemia;
Nem sei dizer o que será do instante;
Prever a alguém quer chuva, ou vento, ou raio;
se tudo há de sorrir ao governante
segundo as prediçoes que aos céus extraio.
De teus olhos provêm meus atributos
E, astros constantes, leio ali tal arte:
'Que a verdade e a beleza darão frutos
se tem ti deixas de tanto reservar-te'.
Ou um vaticínio sobre ti revelo:
Teu fim põe termo ao verdadeiro e ao belo.
William Shakespeare
Sonetos
Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta têmpora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.
William Shakespeare
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta têmpora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra a foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate.
William Shakespeare
Sonetos
Quando no assédio de quarenta invernos
Se cavarem as linhas de teu rosto,
Da juventude os teus galões supernos
Pobres adrajos se tiverem posto,
Se então te perguntarem pelo fausto
De teus dias de glória e de beleza,
Dizer que tudo jaz no olhar exausto,
Opróbio fora, encômio sem grandeza.
Mais mérito terias nessa usança
Se puderes dizer: "Meu filho há de
saldar-me a dívida, exculpar-me a idade",
Provando que a beleza é tua herança.
Fora tornar em novo as coisas velhas
E ver o sangue quente enquanto engelhas.
William Shakespeare
Se cavarem as linhas de teu rosto,
Da juventude os teus galões supernos
Pobres adrajos se tiverem posto,
Se então te perguntarem pelo fausto
De teus dias de glória e de beleza,
Dizer que tudo jaz no olhar exausto,
Opróbio fora, encômio sem grandeza.
Mais mérito terias nessa usança
Se puderes dizer: "Meu filho há de
saldar-me a dívida, exculpar-me a idade",
Provando que a beleza é tua herança.
Fora tornar em novo as coisas velhas
E ver o sangue quente enquanto engelhas.
William Shakespeare
Sonetos
Dos seres ímpares ansiamos prole
Para que a flor do belo não extinga,
E se a rosa madura o Tempo colhe,
Fresco botão sua memória vinga.
Mas tu, que só com os olhos contrais,
Nutres o ardor com as próprias energias
Causando fome onde a abundância jaz,
Cruel rival, que o próprio crucias.
Tu, que do mundo és hoje galardão,
Arauto da festiva Natureza,
Matas o teu prazer inda em botão
E, sovina, esperdiças na avareza.
Piedade, senão ides, tu e o fundo
Do chão, comer o que é devido ao mundo.
William Shakespeare
Para que a flor do belo não extinga,
E se a rosa madura o Tempo colhe,
Fresco botão sua memória vinga.
Mas tu, que só com os olhos contrais,
Nutres o ardor com as próprias energias
Causando fome onde a abundância jaz,
Cruel rival, que o próprio crucias.
Tu, que do mundo és hoje galardão,
Arauto da festiva Natureza,
Matas o teu prazer inda em botão
E, sovina, esperdiças na avareza.
Piedade, senão ides, tu e o fundo
Do chão, comer o que é devido ao mundo.
William Shakespeare
Sonetos
"Um dia nos meus versos quem há de crer?
Se eu nele derramar meus dons mais puros?
No entanto sabe o céu que eles são muros
Que a tua vida ocultam por metade.
Dissera o que de teu olhar emana,
Teus dons em nova métrica medira,
Que acharia o porvir então: "Mentira!
Tais tratos não retratam face humana".
Que mofem pois deste papel fanado
Qual dos velhos loquazes, e a teu ente
Chamem de pura exaltação da mente
E a meu verso exageros do passado.
Mas se chegar tua estirpe a tanto,
Em dobro hás de viver: nela e em meu canto."
William Shakespeare
Se eu nele derramar meus dons mais puros?
No entanto sabe o céu que eles são muros
Que a tua vida ocultam por metade.
Dissera o que de teu olhar emana,
Teus dons em nova métrica medira,
Que acharia o porvir então: "Mentira!
Tais tratos não retratam face humana".
Que mofem pois deste papel fanado
Qual dos velhos loquazes, e a teu ente
Chamem de pura exaltação da mente
E a meu verso exageros do passado.
Mas se chegar tua estirpe a tanto,
Em dobro hás de viver: nela e em meu canto."
William Shakespeare
Soneto

Repousa o corpo ao fim da caminhada;
Mais eis que a outra jornada a mente obriga
Quando é do corpo a obrigação passada.
A ti meu pensamento - na distância -
em santa romaria então me leva,
E fico, as frouxas pálpebras em ânsia,
Olhando, como os cegos vêem na treva.
E a vista de minha alma ali desvenda
Aos olhos sem visão tua figura,
Que igual a jóia erguida em noite horrenda,
Renova a velha face à noite escura.
Ai! que o dia o corpo, à noite a alma,
Por tua e minha culpa têm calma.
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