O indivíduo num grupo está sujeito, através
da influência deste, ao que com frequência constitui uma profunda alteração na
sua actividade mental. A sua submissão à emoção torna-se extraordinariamente
intensificada, enquanto que a sua capacidade intelectual é acentuadamente
reduzida, com ambos os processos evidentemente dirigindo-se para uma
aproximação com os outros indivíduos do grupo; e esse resultado só pode ser
alcançado pela remoção daquelas inibições aos instintos que são peculiares a
cada indivíduo, e pela resignação deste àquelas expressões de inclinações que
são especialmente suas. Aprendemos que essas consequências, amiúde importunas,
são, até certo ponto pelo menos, evitadas por uma «organização» superior do
grupo, mas isto não contradiz o fato fundamental da psicologia de grupo: as
duas teses relativas à intensificação das emoções e à inibição do intelecto nos
grupos primitivos.
Sigmund Freud, in 'Psicologia das Massas e a Análise do Eu'
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