Aí residia a sua força e a sua virtude, aí era invergável e incorruptível, aí o seu carácter era firme e rectilíneo. No entanto, esta virtude trazia estreitamente ligados a si também o seu sofrimento e o seu destino.
Acontecia-lhe o que a todos acontece: aquilo que por impulso da sua mais íntima
natureza demandava e em que se empenhava com a maior pertinácia, era-lhe
concedido, mas ultrapassando aquilo que ao homem é benéfico. O que começava por
ser sonho e felicidade, redundava em amargo destino. O homem do poder destói-se
pelo poder, o homem do dinheiro, pelo dinheiro, o subserviente pelo servir, o
sequioso de prazer pela luxúria.
Hermann Hesse, in "O Lobo das Estepes"
Hermann Hesse, in "O Lobo das Estepes"
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