Tenho a certeza 
De que entre nós tudo acabou. 
Deixal-o! 
Bemdita seja a tristesa! 
- Não ha bem que sempre dure 
E o meu bem pouco durou. 
Não levantes os teus braços, 
Para de novo cingir 
A minha carne de seda; 
- Vou deixar-te... vou partir. 
E se um dia te lembrares, 
Dos meus olhos côr de bronze 
E do meu corpo franzino, 
Acalma 
A tua sensualidade, 
Bebendo vinho e cantando 
Os versos que te mandei 
N'aquella tarde cinzenta... 
Adeus! 
Quem fica soffre bem sei; 
Mas soffre mais quem se ausenta!... 
António Botto, in 'Canções'
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